Entrei na casa e passei milhares de vezes pelo corredor. As paredes chispando no tempo. Até que ouvi os passos.
Depois, um movimento em falso e as tábuas soltas se abriram. Debaixo das tábuas uma escuridão.
Debaixo das tábuas uma terra sedenta de sol, um campo lunar emergindo das frestas. Esqueletos de aranhas guardando as sombras.
Ouvi os passos; quis ouvir o que diziam. Atravessei o alçapão de meu tropeço.
Lá estavam, na treva empilhada, as tábuas de outros corredores antigos. E logo ali, sob o céu de soalho, uma árvore estrangulada. Em seus galhos secos, ecos enrodilhados.
– Vi tudo – falei em voz alta.
Mas não. Quando virei para trás, o exército de meus passos me seguia, oriundo dos corredores avessos, querendo me acompanhar.
4 comentários:
Que lindo que lindo que lindo! Tia! Vastidão emoldurada!Amo vc!
está lindo mesmo, Marta! parabéns!
beijos
Mirna e Day, Obrigada pelo carinho e pela generosidade. Beijo!!
Gostei bastante!
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