O cachorro estava morto. Lá fora um céu escuro, um oceano às avessas. Sentiria falta de seus latidos para a Lua. Chorou um pouco. Passaria os próximos meses sem o cão, olharia pela janela e só notaria a fragilidade do casco, uma ninharia de metal o separando do vácuo.
Anotou no diário: Zargo morreu.
Debruçou-se sobre o corpo. Acariciou-lhe a cabeça. Não fosse a rigidez por baixo dos pêlos, parecia estar dormindo. A pelagem dourada, as cores firmes.
Pegou o bicho nos braços e o carregou pelo corredor.
Meses depois um astronauta avistou a cena: um homem passeava no espaço com seu cão conduzido pela coleira. Orbitavam a lua, os dois.
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